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Uma alternativa que vem das nuvens

Catia e seus filhos utilizam outras maneiras de adquirir água além do caminhão-pipa, pois é uma batalha diária para não acabar antes da próxima quarta-feira

Levi Pires

Reportagem:

Fotografia:

Nícolas Chidem

Com um olhar de tristeza e uma música ao fundo, Catia aparece para conversar conosco, ela é mais uma entre tantos moradores do Morro da Polícia que não tem acesso à água. Uma caixa d'água de cinco mil litros chama atenção. E de que forma ela consegue encher esse reservatório? Com a água da chuva.

 

Contudo, a água da chuva não é própria para consumo. São encontrados desde dejetos de pássaros, até poluentes por causa da atmosfera. Cátia não usa somente a água da chuva porque todas as quartas-feiras o caminhão-pipa chega ao Morro. O problema é que dificilmente dura até a próxima semana. A casa de Catia fica distante do local onde o caminhão-pipa estaciona para disponibilizar água. Mas a necessidade fala mais alto.

Mesmo chegando pelo DMAE, Catia e seus filhos não tomam a água, pois muitas vezes a coloração da água denuncia uma qualidade não tão boa, então eles preferem comprar água para beber do que utilizar a que vem pelo caminhão, ainda que tenham que gastar quinze reais por uma garrafa de cinco litros.

 

Desde que se mudou para o Morro da Polícia, há dois anos, Catia, junto com os outros moradores, enfrenta o problema com a chegada de água nas torneiras. Em 2016, havia água. Chegava tarde, por volta das 23h. Mas chegava. Agora, os canos estão secos porque a água não sobe ao topo do lugar. A solução, por muito tempo, ainda deverá ser o caminhão-pipa, uma vez por semana, e a água da chuva, quando Deus quiser.

 

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